segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Vida, Felicidade e Sentidos

(Texto postado no outro endereço - www.interiorabissal.blogspot.com)

Venho conversando com algumas pessoas, fundamentais na minha vida, e lendo textos extremamente sensíveis, sobre a vida, a felicidade, e a maneira como a conduzimos no desenrolar do tempo. É muito interessante este tipo de reflexão porque nos coloca sempre em xeque, nos obrigando quase que automaticamente a realizar uma atividade auto-analítica. É difícil olhar para dentro, porque deparamo-nos com nossas fraquezas, nossas imperfeições da consciência, com os assessórios de égo que nos humanizam e, vez ou outra, nos fazem pessoas idiotas e imperfeitas.

Ultimamente tenho refletido bastante sobre os cursos da minha vida, sobre o que eu quero para mim, sobre quem está à minha volta, sobre o que ando lendo e realizando, em possibilidades quânticas vísiveis (concretude) e invísiveis (intenções e pensamentos).

Tenho pensado bastante, e de maneira bem profunda, utilizando toda a minha potência filosófica para desvendar as profundezas do oceano interior, zona abissal. E o que provoca tudo isso, toda esta atividade intelectual e espiritual? Qual o produto de tudo isso?

Para mim, o produto é uma vida feliz. Felicidade em seu estado estável, que torna uma pessoa feliz, independente do que venha a ocorrer no plano da matéria. Desta forma, a pessoa torna-se feliz por ter consciência do significado que a sua vida possui para sí próprio. Vou tentar explicar isso, mas não sei se consigo porque estas palavras são a expressão de um sentido que esta dentro de mim, ou melhor dizendo é parte de mim.

Temos muitas metas na vida, que passam pela vida conjugal, pela vida profissional, etc.. que na verdade são uma vida só, são realidades da nossa existência. Quero ter uma casa, um carro, quero dar aula em uma faculdade pública, ser pesquisador, casar com a pessoa mais linda que conheço... e estes desejos vão se transformando em metas, em objetivos a serem alcançados. São a fonte da nossa alegria? Depende.. somente de nós.

Se a fonte da nossa felicidade for desta natureza, nunca seremos felizes, porque sempre estaremos estabelecendo metas mais elaboradas, mais dificeis, conforme formos realizando as primeiras. Sempre estamos querendo avançar, evoluir, e este processo é saudável, quando em equilibrio. Tenho a impressão que, de maneira geral, nossa sociedade, nossa cultura, nos introjeta este modelo de felicidade, de fontes são extrinsecas, e conceber isso no meu entender é viver em sofrimento. Estes fatores, para mim, são fontes de motivação, motivos que vão modular nosso comportamento nos vários âmbitos da vida, mas que não necessariamente serão decisivos para sermos felizes.

Felicidade é uma construção muito mais elaborada do que isso, muito mais sútil e complexa, com pseudópodos que ligam-nos ao transcendente, aos símbolos, sentimentos, e nos fazem ter a consciência de uma Gestalt, um sentido, uma energia sem precedentes que nos fazem felizes, mesmo em momentos tristes. A felicidade não nos é arrancada porque, sendo uma energia proveniente da Gestalt de sentidos, é parte de nosso espirito. Tornamo-nos espiritos felizes, e ai esta o meu entendimento de uma vida feliz.

Grande abraço!

Netto.

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